segunda-feira, outubro 31, 2005

« O Peixe que não quis evoluir »


Deixo-vos com este história que me chegou às mãos e que achei deliciosa.....

... Havia uma estranha perturbação na zona dos grandes pântanos.
Todos os animais aquáticos tinham sido convocados para uma assembleia pela Tartaruga.
Apesar de o nível da água ser abundante, tinha descido nos últimos anos e isso inquietava o velho réptil. Por isso mandou chamar a comunidade de animais da vizinhança para transmitir as suas conclusões:
- Amigos, imagino que já repararam que cada vez há menos água. Sei que ainda não parece nada sério mas já assisti a este mesmo processo noutras zonas da Terra e aviso-vos que se aproximam tempos de grande seca.
Perante estas palavras, gerou-se um grande rebuliço.
Todos se tinham apercebido de um suave e continuo abaixamento do caudal dos pântanos, mas nada levava a crer que poderia ser grave.
- Porque nos terá convocado, se há água de sobra? - perguntaram uns aos outros.
A centenária tartaruga deu resposta à inquietação despertada:
- Convoquei-vos porque felizmente ainda temos muito tempo e poderemos ultrapassar isto sem problemas, se começarmos a actuar desde já. Para que as nossas espécies sobrevivam temos de EVOLUIR .
Ficaram todos estupefactos. Nunca se tinham deparado com tal e, depois do choque inicial, começaram a interrogar-se sobre como o fariam.
- Todos os dias, ficaremos uns minutos fora de água, aquele que não conseguir fazê-lo começa por uns segundos e, pouco a pouco, vai ficando cada vez mais tempo.
Devemos fazê-lo constantemente e ensiná-o às gerações vindouras, para que cada espécie evolua com o tempo, de modo a tornar possível a todos nós mantermo-nos num ambiente sem pântano. Devemos também mudar os nossos hábitos alimentares e em cada dia ir comendo algo que não esteja na água, até que acostumemos o nosso corpo a digerir plantas do exterior.
Não sem algumas reticências, todos iniciaram o grande e meticuloso plano de acção. Dentro de uma dezena de gerações todos poderiam respirar fora de água, alimentar-se com comida que crescesse na terra e até poderiam mover-se fora de água. Todos menos o Barbinho, um dos peixes mais antigos dos pântanos, que se negou a participar neste processo.
Convencido que a Tartaruga exagerava, não fez caso, e logo aproveitou o entorpecimento dos seus vizinhos para obter mais comida. As outras espécies, à medida que evoluiam, tornavam-se menos competitivas dentro de água. O Barbinho via o nível da água descer, mas mantinha a visão de que algumas chuvas chegariam a tempo de resolver o problema.
Com o passar do tempo, só uns poucos charcos com apenas um dedo de profuindidade faziam lembrar que naquelas paragens existiram uma vez pântanos.O Barbinho agonizava, e esse Verão, o mais duro de que havia memória, acabaria de certeza com a água que ainda restava.
Magro, sem se poder mover, chorava a sua má sorte.
Justamente nessa altura, passou a Tartaruga a seu lado e que lhe disse:
- Tiveste a mesma oprtunidade que os outros. Neste mundo de mudanças contantes, evoluir não é uma opção, é uma obrigação para sobreviver.
O Barbinho, ainda sem compreender gritava:
- Que má sorte tive, tudo correu contra mim e, para cúmulo, este Verão foi terrível, que fatalidade. Dizes isso porque és uma Tartaruga e podes andar por onde quiseres, mas não fazes ideia do que é isto.
A velha Tartaruga sorriu e antes de abandonar o Barbinho comentou:
- Meu infeliz amigo, há muito ,muito tempo, eu era um peixe estúpido como tu, e também chegou para mim a oportunidade de evoluir. Apesar de ter dedicado atenção a essa oportunidade, não a levei a sério, e é por isso que sou tão desajeitada na terra, temo que nunca chegarei a voar a apenas me movo com desembaraço debaixo de água. Durante anos, atribuí a culpa à má sorte, mas agora aprendi que sou eu a única responsável, pois quando a realidade me enviava os seus sinais, eu empenhei-me em não fazer caso, em não mudar nada em mim, e quase ficava fora deste novo mundo. Eu ando, por isso decidi que devo ser mais rápida. Assim hei-de correr um pouco mais cada dia para poder evoluir para algo superior, pois parece que virão tempos de escassez e quero continuar a ser competitiva nessa altura.
O Barbinho morreu na lama, no lamaçal dos imobilizados, dos que não querem mudar, no lodo dos medíocres que, embriagados pela abundância de hoje, não sabem ver a necessidade da mudança, da evolução, para continuarem a existir amanhã.

O Peixe que não quis evoluir

domingo, outubro 23, 2005

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« Uma nuvem não sabe porque se move
numa certa direcção a uma certa velocidade.
Segue um impulso,
é para ali que deve ir.
Mas o céu conhece as razões e os esquemas
para além das nuvens
e também tu os conhecerás
quando te libertares suficientemente alto
para veres para além do horizonte»
Richard Bach



«É fácil no mundo seguir as opiniões do mundo;
é fácil na solidão seguirmos as nossas;
mas o grande homem é aquele que
mesmo no meio da multidão
mantém com perfeira doçura
a independência da solidão»
Emerson

Acaso ou não.... São sinais




Numa altura, em que as mudanças são iminetes e urgem por sair cá para fora é intrigante, como os sinais se encontram em tudo o que nos rodeia, bastar estar atenta e receptiva para os conseguir ver e sentir.
Há algum tempo que já não me identifico, com as coincidências ou com os acasos, e realmente o tempo encarrega-se de me confirmar o que já tenho vindo a reaprender....
«Não há Coincidências » com alguém disse e realmente é isso mesmo, o que existem são sinais para nos despertarem para o que às vezes queremos, mas deixamos esquecer com todos os «mas» e os « ses» que existem nesta vida por vezes chata e cinzenta de adultos.
Quando somos crianças tudo nos é permitido pelo menos até que os adultos não se encarreguem de nos apresentar "o certo e o errado", "o bom e o mau", "o dever ser" e o "tem que ter";
As crianças quando estão tristes choram, zangados eles gritam, felizes abrem os braços ao mundo, alegres riem de preferência bem alto, do tamanho da alegria que sentem como quando se levanta o volume do aparelho de som no máximo.
Nós adultos na maioria os Srs. e as Sras certinhos/as ou os Srs. e as Sras falhados/as quando estão tristes, riem em amarelo, mais amarelo que as págimas das listas telefónicas; quando estão alegres ficam mais tensos que um pau, onde todos os seus músculos se contraem e comprimem para não mostrar o quão felizes se está, não vá alguém deitar-nos "olho gordo" e assim por diante.Pobres Adultos... ainda muito têm para aprender com as crianças que na sua tenra idade já tanto nos ensinam.
Contudo, deixa-me feliz estar a descobrir e ou a conhecer novos modos de vida..........bem mais simples e honestos.

O necessário e o essencial

O mote era: « se tivessem que partir para algum sítio/viagem o que levariam convosco??? Não sabem ao certo para onde vão e nem quanto tempo lá vão ficar!A única condição é que só pode ser uma mochila de tamanho razoável, não daqueles exageros que nós senhoras, raparigas e meninas sabemos tão bem como são»
Nada disso uma mochila normal era o combinado.Agora a questão é o que colocarias lá dentro??
A inquietação instalou-se na sala, umas riam do género: « Isso é impossível!»
Outras riam do nervoso miudinho e adrenalina que seria agarrar e ir...
« Para onde?????» pergunta uma.
«Não interessa, podem escolher para onde querem ir, para um local com sol ou para o frio , neve... tanto faz...»
Eu fiquei inquieta « Oh, tudo o que eu queria ter coragem para fazer... pegar numa mochila e ir para qualquer sítio quente, com sol e muito mar por perto para ver e para lhe sentir o cheiro, melhor seria impossível, mas...........e os «mas» das nossas vidas ou se calhar ainda da minha prevalecem ...
Mas quando penso em viajar só de pensar fazê-lo naqueles pacotes turísticos, até me dá arrepios na espinha. Soccorro!!!!Não o que me apetece mesmo é algo mais, de algum tempo a esta parte, mas sobre isso falaremos mais adiante.
Voltando ao ínicio de conversa, comecei a pensar na pergunta, que tinha sido colocada e que me bateu como um murro no estomago deixando-me com as já normais dores de tão assertiva e inesperada que foi.
O que é que me é realmente necessário e do que é que eu não abriria mão???
Aguém disse:« Uma mala só não chega com certeza!!! então e vamos "solas" ou acompanhadas????»
Outra questão difícil ou talvez não.
Adiante... a minha mochila levaria jeans, muitas t'shirts e as minhas havaianas que tão gosto e estimo como é natural....para além disso a minha escova de dentes, máquina fotográfica e depois os meus tesouros, livros, muitos livros... os que pudesse e aguentasse.
Questão seguinte:« Levaria livros que já leu ou que ainda não leu???»
« Livros que ainda não li e um ou outro que me são mais "próximos".»
Enfim tudo isto, para dizer que se realmente quisermos não precisamos ou temos necessidade de tantas coisas pelo menos materias como às vezes pensamos ou queremos.
O que precisamos em dobro e reforçado é de coragem , amor e alegria de viver aqui ou em qualquer lugar que estejamos ou seja qual for a companhia, pois nós mesmos somos o mais importante.É simples, mas nem sempre fácil, «mas ninguém disse que seria fácil !!»
Se fizerem este exercício extremamente simples " o que levaria comigo numa viagem para qualquer parte do mundo?? o que é que seria realmente importante, pois não sei muito bem para onde vou nem quando vou voltar??????" Aperceberam-se como estamos sempre a mudar e as nossas prioridades, necessidades também se alteram consoante isso mesmo....nós próprios.......

terça-feira, outubro 18, 2005

Viver é Bom !!!!!!!


" Morre lentamente quem não viaja,
quem não lê,
quem não ouve música,
quem não encontra graça em si mesmo.

Morre lentamente quem destroi o seu amor-próprio,
quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito,
repetindo todos os dias os mesmos trajectos,
quem não muda de marca,
quem não se arrisca a vestir uma nova cor
ou não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.

Morre lentamente quem evita uma paixão, quem quer
o preto no branco e os pontos sobre os "is", em detrimento
de um redemoinho de emoções,
justamente as que resgatam o brilho dos olhos,
o sorriso dos bocejos, os corações dos tropeços e dos sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,
quem não permite pelo menos uma vêz na vida fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente,quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante.

Morre lentamente quem abandona um projeto antes de iniciá-lo,
quem não pergunta sobre um assunto que desconhece,
ou não responde quando o indagam sobre algo que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves,
recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior
que o simples acto de respirar.

Somente a preserverança fará que conquistemos um estágio explendido de felicidade."

Pablo Neruda

segunda-feira, outubro 17, 2005

Simplesmente.... palavras

É verdade também decidi aderir ao Blog, mas caras e caros amigos quero desde já avisar que não devem esperar nada de muito intelectual...certinho.... ou mesmo.....

Só quero mesmo escrever, que é o que gosto de fazer .... escrever sobre o dia-a- dia, sobre tudo e às vezes sobre nada.

Serão sempre benvindos comentários, críticas e o que mais quiserem...... não se acanhem meus Amigos.