domingo, outubro 29, 2006

Esperar não basta...

"Quando o tempo mostra a sua fugacidade... já não basta demorar-se na sensação de ter a alma embalada...
Crer na esperança é um pouco como sentir-se atraído por alguém, e empreender uma aproximação em função das expectativas que se pressupõe existirem no outro... o que geralmente apenas conduz a um impasse.
De nada serve perder-se na tentativa de compreender o que o outro sente, ou prever as suas reacções, apenas se esquece o mais importante: a personalidade e a espontaniedade.
Na sedução assim como na vida, deve-se ter a audácia de simplesmente ser genuíno e mostrar o que se sente...
O "nós" somente existe na união dos dois "eus". E se assim não for, a relação irá deteorizar-se a cada vislumbre do verdadeiro outro, acabando apenas por permanecera esperança...
E essa, toma ao longo da vida diferentes caminhos, como o do optimismo, da fé, por vezes até o da ilusão...
Porque confiar na vida parece dar-lhe sentido, trazendo um sentimento positivo e de força.
Mas a esperança acaba indubitavelmente por fazer-nos crer no destino, transformando-se num impecilho, reforçando e justificando a nossa impotência em detrimento da determinação, sugerindo que eventualmente tudo se resolve por si, com tempo.... e que nem tudo depende de nós.

E assim se penhora o futuro... investindo na esperança..."

Chantal Ferón - Directora Editorial
in Revista Psicologia Actual
"Quero comigo construir o Céu na Terra."

terça-feira, outubro 24, 2006

«The Pillowman» de Martin Mcdonagh


Embora o conteúdo da peça não seja necessáriamente dos que mais me interessam, admito que a encenação de Tiago Guedes e os actores estão fantásticos, são eles Albano Jerónimo, Gonçalo Waddington, João Vaz e Marco D' Almeida.
A peça fala de um escritor que vive num regime totalitário e é interrogado sobre as suas obras literárias e a semelhança com uma série de homicídios infantis que estão a acontecer.
«The Pillow Man é uma peça que analisa a natureza e a forma de contar uma história...Num sitio onde a liberdade pessoal é virtualmente inexistentes.... Qual a responsabilidade de um artista pelo seu trabalho e a protecção do mesmo segundo as leis da liberdade de expressão? Pode um artista ser culpado pelos sentimentos que o seu trabalho provoca? E se alguém agir segundo esses sentimentos, quem é o responsável afinal??»

« Eu não estou a tentar dizer nada.
É essa a minha busca. »

Katurian in the Pillowman
"Aquilo em que acreditamos é mais forte do que o que acontece lá fora na realidade."-ouvi
isto assim no ar e ficou-me... por isso achei por bem registar aqui.

sexta-feira, outubro 06, 2006


Há discursos que servem para comunicar.
Outros apenas para dizer palavras que parecem querer dizer coisas.