domingo, outubro 29, 2006

Esperar não basta...

"Quando o tempo mostra a sua fugacidade... já não basta demorar-se na sensação de ter a alma embalada...
Crer na esperança é um pouco como sentir-se atraído por alguém, e empreender uma aproximação em função das expectativas que se pressupõe existirem no outro... o que geralmente apenas conduz a um impasse.
De nada serve perder-se na tentativa de compreender o que o outro sente, ou prever as suas reacções, apenas se esquece o mais importante: a personalidade e a espontaniedade.
Na sedução assim como na vida, deve-se ter a audácia de simplesmente ser genuíno e mostrar o que se sente...
O "nós" somente existe na união dos dois "eus". E se assim não for, a relação irá deteorizar-se a cada vislumbre do verdadeiro outro, acabando apenas por permanecera esperança...
E essa, toma ao longo da vida diferentes caminhos, como o do optimismo, da fé, por vezes até o da ilusão...
Porque confiar na vida parece dar-lhe sentido, trazendo um sentimento positivo e de força.
Mas a esperança acaba indubitavelmente por fazer-nos crer no destino, transformando-se num impecilho, reforçando e justificando a nossa impotência em detrimento da determinação, sugerindo que eventualmente tudo se resolve por si, com tempo.... e que nem tudo depende de nós.

E assim se penhora o futuro... investindo na esperança..."

Chantal Ferón - Directora Editorial
in Revista Psicologia Actual